A vacinação contra a Covid-19 deve começar no fim de fevereiro de 2021. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante reunião com governadores de todo o país nesta terça-feira (8).

Entre os participantes, estava o secretário de Estado da Saúde catarinense, André Motta Ribeiro. O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), não esteve no encontro, pois cumpre agenda na região do Meio-Oeste catarinense.
Santa Catarina alinhada com Ministério da Saúde
Pazuello conduziu a reunião reforçando o compromisso na aquisição de vacinas contra a Covid-19 e reforçou que o Brasil é um só quando se fala no PNI (Plano Nacional de Imunizações).

“O PNI é nacional. Não pode ser paralelo. A gente tem que falar a mesma linguagem. Nós só temos um inimigo: o vírus. Temos que nos unir”, disse.
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina reforçou o alinhamento com o PNI do Ministério da Saúde. Sendo assim, o Estado não deve procurar a vacina por contra própria, como São Paulo, por exemplo.
Sem fornecer maiores detalhes sobre a reunião com Pazuello e os próximos passos do Estado, a SES disse que está já preparando a logística das vacinas.
Entre as ações, está a preparação da “o redimensionamento da rede de frios [algumas vacinas podem precisar de temperaturas de até menos 40ºC], mapeamento dos locais para vacinação [unidades básicas de saúde e salas de vacina] em parceria com municípios, além do reforço do treinamento das equipes de vacinadores”, disse a secretaria em nota.
Em entrevista ao ND+ sobre a logística para a chegada da vacina em Santa Catarina, na última sexta-feira (4) , o secretário estadual de Saúde descartou a possibilidade de firmar protocolos de forma direta com laboratórios. “Isso não faz sentido. Fazer movimentos individuais é muito perigoso”, disse André Motta.
Nesta terça-feira (8), Santa Catarina ultrapassou a marca dos 400 mil casos de Covid-19 desde o início da pandemia. A marca foi ultrapassada após a SES (Secretaria de Estado da Saúde) registrar 6.312 novos casos, conforme o último boletim epidemiológico.
AstraZeneca e Oxford estão concluindo a fase 3
As primeiras 8,5 milhões de doses do laboratório Pfizer, oriundas de uma compra global de 70 milhões de doses, devem chegar ao país ainda no primeiro semestre.
De acordo com o ministro, o registro definitivo da vacina da AstraZeneca deve ser concedido no fim de fevereiro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Pazuello prometeu começar a vacinação no Brasil no fim de fevereiro.
“AstraZeneca e Oxford estão concluindo a fase 3. Algumas etapas da fase 3 serão concluídas para, aí sim, submeter à Anvisa para registro. Qual é a previsão? Até o final de dezembro”, disse.
Segundo o ministro, a Anvisa deve levar em torno de 60 dias para efetuar os registros.
“Pode ser menos, um pouco. Se tudo estiver redondo, sem recomendações incompletas, (…) se isso acontecer, vamos ter o registro definitivo da AstraZeneca no final de fevereiro. Mesmo que tenha chegado as 15 milhões de doses em janeiro.”, afirmou Pazuello.
Acordos
Segundo pessoas presentes na reunião, o ministro apresentou os acordos já firmados pelo governo brasileiro para receber 300 milhões de doses em 2021, sendo 260 milhões de Oxford/AstraZeneca e mais aproximadamente 40 milhões obtidas por meio do consórcio Covax Facility.
“Nós fizemos um acordo de transferência de tecnologia para a Fiocruz, com o recebimento de 100 milhões de doses dessa vacina. Essas 100 milhões de doses chegam a partir de janeiro. Chegarão 15 milhões em janeiro, 15 milhões em fevereiro, e vai aumentando até junho, fechando 100 milhões de doses”, afirmou Pazuello durante a reunião.
O ministro também informou que foi elaborado um memorando de entendimento não vinculante com o Butantã e com a Pfizer. A compra, no entanto, ainda depende do registro dos produtos na Anvisa.
Fecam se movimenta à parte
Uma comitiva com a diretoria da Fecam (Federação Catarinense de Municípios) e prefeitos catarinenses vai a São Paulo para assinatura de um protocolo de intenções com o Butantan nesta quinta-feira (10).
O objetivo é permitir que, após a aprovação da Coronavac, os municípios de Santa Catarina possam comprar doses da vacina independentemente do plano nacional ou estadual.
A Coronavac será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo, por meio de uma parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech.
A vacina está na última fase de testes e aguarda os resultados sobre eficácia. Após isso deverá passar por análise da Anvisa para ser liberada no Brasil.
Com informações da repórter Luciana Lima, do Portal Metrópoles.